Comentário sobre a atividade Alienação Parental: dois olhares

No dia 9 de agosto ocorreu a Atividade Científica – Alienação Parental: dois olhares. Participaram, como palestrantes convidadas, a Dra. Maria Berenice Dias, Desembargadora, e, a Dra. Ingeborg Bornholdt, Psicanalista Didata. A atividade foi coordenada pela Psic. Eliane Goldstein, Coordenadora da Especialização da Inf/Adolescência do ITIPOA.

Segundo a Dra. Maria Berenice Dias, a Alienação Parental é um fenômeno bastante antigo, sempre existiu dentro de inúmeros lares, mas há pouco tempo começou a ser estudado com maior atenção a partir de um olhar multidisciplinar, contando com a contribuição de diversas áreas do saber para um entendimento aprofundado e problematizado.
O novo, então, é o entrelaçamento do Direito com estas outras áreas, sociais, da saúde, resultando na possibilidade de passar a perceber a Alienação Parental como um tipo de abuso, extremamente traumático e sinônimo de tortura às crianças que fazem parte deste círculo perverso.
Ingeborg Bornholdt, ressaltou a importância do olhar do cuidador para a constituição e nascimento psicológico da criança, estando esta, devido a sua fragilidade e dependência inata, em situação de extrema vulnerabilidade. A convidada abordou os conceitos de Reverie (Bion) e Função Espelho (Winnicott). Quanto mais envolvida em uma situação de Alienação Parental, mais a criança é candidata a desenvolver patologias como traços esquizoides, autistas, sintomas psicossomáticos, alimentares, etc.

O encontro foi enriquecedor e reforçou a necessidade de continuarmos a aprofundar os estudos sobre este tema.

Psic. Aline de Souza Del Mauro
Aluna da Especialização em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica – Adultos – ITIPOA