Dia das Mães

ciranda

Um provérbio africano bastante conhecido nos diz: “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Como reconhecemos nossa aldeia? Num mundo/tempo tão corrido como reconhecer aqueles que serão capazes de ajudar uma mulher a conhecer seu bebê e a partir daí, se reconhecer como mãe?

Cada vez mais exigimos da mulher uma percepção onipotente de si, uma obrigação de ser suficiente. É preciso dar conta do trabalho, da casa, da relação, do corpo e ainda conhecer as últimas tendências da moda. É preciso ser sempre mais, sendo que este mais parece significar menos. Menos contato consigo e com os outros. E é neste mundo que o bebê chega, neste universo de onipotência que o encontro mãe-bebê acontece.

Donald Winnicott, psicanalista e pediatra inglês, nos ensinou que o encontro materno acontece num momento de regressão. A mãe será capaz de reconhecer o bebê e suas necessidades a partir da bebê que um dia foi. Sue Gerhardt, psicoterapeuta psicanalítica também inglesa, nos esclarece que o bebê humano para se desenvolver e “humanizar” precisa ser recebido nos braços de um adulto responsável que possa amá-lo e acolhê-lo da forma mais segura possível.

Portanto, acabamos exigindo da mulher a capacidade de unir mundos que parecem tão incompatíveis. Quando um bebê chega, a mulher moderna resgata dentro de si aqueles saberes e sentimentos antigos. E, na maior parte das vezes, ela consegue. A maternidade traz consigo a descoberta de uma força que muitas vezes estava escondida.

Porém, há casos onde isso não ocorre. Há aqueles casos que vamos precisar ser a aldeia, a rede de sustentação destas mulheres. Mas que fique claro: não por incompetência desta, mas sim porque na experiência de receber um filho novas necessidades se abrem e precisamos deixar claro que elas não estão sozinhas.

Finalizo com uma frase de Sigmund Freud (1882), “Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada”. E que está segurança seja o amparo dos bebês mas também das mães para que assim possamos acreditar na continuidade de um mundo mais seguro e feliz.

Por Giovanna Miron, docente ITIPOA

maes