25 anos do ITIPOA

25anosbadgeÉ o ano de 2017, em que o Instituto de Terapias Integradas de Porto Alegre (ITIPOA) comemora seus 25 anos de atuação, como instituição formadora de psicoterapeutas de orientação psicanalítica. Já temos uma história e com ela um legado!

Era o ano de 1992, quando o Dr. Bernardo Brusntein ( 1927 – 2010), médico, psiquiatra, psicanalista pela SPPA, apaixonado pelas atividades de ensino e supervisão, aberto às diversas vertentes da  área “psi “, que acreditava no diálogo  e complementariedade das diversas abordagens, idealizou uma instituição onde pudesse, junto com colegas, desenvolver atividades clínicas e didáticas para compartilhar, com os mais jovens, sua experiência profissional e aprender com eles. Foi assim que surgiu, no ano de 1992, o Instituto de Terapias Integradas de Porto Alegre (ITI).  Bernardo foi seu fundador, junto com um grupo de colegas, e seu primeiro presidente. Atuou na Instituição por muitos anos ministrando seminários, como supervisor , orientando trabalhos o que fazia com satisfação – estudar, aprender e ensinar, atender pacientes e conviver com colegas.

Por mais de uma década o ITI foi conduzido pelo grupo de fundadores Dr. Bernardo Brustein, Dr Almerindo Boff, Dr. Lúcio Boechat e a Dra. Ivete Enk, que se juntou a este grupo, um tempo depois, conduzindo e formando mais de dezenas de turmas de psicoterapeutas de orientação psicanalítica. Ao longo destes anos,  mudanças, importantes, foram ocorrendo e os integrantes deste grupo inicial foram, cada um por seus motivos pessoais, deixando  a instituição e um legado.

Em 2004, Ivanosca Martini e Ângela Fleck Wirth, que haviam chegado ao ITI pela porta do Núcleo de Bebês, e Eluza Nardino Enck, pela da Infância e Adolescência, foram ocupando os espaços deixados vazios pelos primeiros ocupantes desta casa, para dirigi-la e conduzi-la. Charmaine Cabral Ribeiro e Márcia Rejane Semensato também vieram a ocupar posições importantes para o desenvolvimento deste trabalho.

Recebemos a instituição das mãos de Maria Amélia Fonte, que vinha conduzindo-a naquele momento.

Logo somaram-se a este grupo, Paula Daudt Sarmento Leite, Beatriz Chwartzmann, Vitor Rodrigues, Lúcia Thaler,  Bety Brusntein, Eliane Goldstein, Leonor D’Ávila Brandão, Kátia Hoffmann de Abreu, junto com as ex-alunas Eliane Scricco, Ana Cláudia Morais, Aline Santos e Silva e Giovanna Miron dos Santos,  entre outros colegas, passaram a conduzir a instituição.  Formou-se, assim, um grupo afinado ao ideal de constituir um espaço em que, junto a transmissão teórica e da técnica psicanalítica a partir de Freud , Melanie Klein, Bion, Winnicott e pensadores da atualidade, seja valorizado o ambiente em que o terapeuta se constitui.

Acreditamos que formar terapeutas seja uma tarefa complexa, pois trata-se de habilitar pessoas a entrar no mundo de um outro, quando, perfilados vão se revelando, os conflitos, as defesas, as falhas no desenvolvimento, capazes de promover intenso sofrimento.  Para tal, além da transmissão da teoria e técnica psicanalítica, faz-se necessário que se capacite o futuro terapeuta a entrar no singular universo de seus pacientes, tendo como  instrumentos de trabalho  a sua própria pessoa. Trata-se de um trabalho artesanal,  tecido ponto a ponto, onde  as falhas, os pontos soltos vão marcar o trabalho lá na frente , exibindo sua inconsistência.

O começo desta nova etapa, que também passou a integrar em sua sigla, o nome completo da instituição – de ITI para ITIPOA -, foi desafiador. Eram inúmeras as necessidades básicas a serem atendidas para que sua sobrevivência fosse garantida. Era preciso libertá-la de pesos e excessos, ouvir as vozes que vinham de seu interior, através dos gritos dos bebês, crianças e adolescentes que a habitavam à espera de serem ouvidos. Como todos os começos, as etapas iniciais requerem um grande investimento!  O pequeno grupo se revezava nas tarefa de elaborar programas de ensino, conduzir seminários,  atender ambulatório, conduzir estágios de clínica e psicopatologia, entre as infindáveis demandas na administração de uma instituição, tarefa na qual não tínhamos nenhuma experiência! Enfim sobrevivemos! E crescemos!

O grupo foi se estruturando, gradativamente, a medida que novos integrantes passaram a fazer parte desta construção, como Marli Bergel e Mery Wolff.

Aos poucos, com o crescente investimento afetivo e laboral, os alunos egressos foram permanecendo na instituição e somando significativamente em todas as áreas, enriquecendo e fazendo crescer esta família ITIPOA.

Hoje a Instituição oferece cursos de Especialização em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica de Adultos, da Infância, da Adolescência e o curso de Especialização em Teoria e Técnica de Intervenção na Relação Pais-Bebê, com seus respectivos ambulatórios de atendimento, além de Grupos de Estudo, Cursos Breves, Estágios de Psicopatologia e Clínica, além de um, já em processo de estruturação, Estágio em Psicologia Comunitária.

São muitos os colegas que hoje integram a instituição, que participam ativamente nas diferentes formações, e  outras atividades cujos nomes não foram citados, neste momento, mas  dela, fazem parte importante.

Dentro da história da Instituição, esta construção completa 13 anos e vem sendo sustentada por um grupo afinado de colegas, alunos, ex-alunos, colaboradores que, ao mesmo tempo em que se oferecem como modelos identificatórios para os futuros terapeutas, fecundam com seus conhecimentos, vivências e cultura, a instituição. Com suas diferenças promovem um enriquecimento tanto em nível individual como institucional.  É, ainda, no espaço entre a teoria e a subjetividade do eu que, ludicamente, se perfilam atividades em torno da história, das artes, da literatura e do cinema, bem como  dos trabalhos de interlocução com o social, através da Fundação Tênis, oportunizando aprendizado teórico e expansão de nossa subjetividade.

Recebemos dos fundadores a herança de continuar cuidando desta instituição, a fim de mantê-la no “caminho do desenvolvimento”. Esperamos honrá-los!

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